domingo, 25 de outubro de 2009

Mal acostumada

Quase dois anos depois e eu ainda me encanto com pequenos prazeres australianos!
Voltando do trabalho um dia desses fui pegar um ônibus pro centro da cidade, a região mais movimentada de Sydney.
Depois de 5 minutos no ponto chegou um ônibus lotado, parou, só abriu a porta de trás pra algumas pessoas descerem e arrancou, deixando todo mundo no ponto com aquela cara de frustração.
A cara durou aproximadamente 30 segundos, até que um outro ônibus chegou e encostou, botando todo mundo pra dentro. Lotou, o que quer dizer que tinha gente em todos os bancos e gente em pé nos corredores, cada um com uma circunferência em torno do próprio corpo de mais ou menos meio metro quadrado de diâmetro respeitado pelo passageiro do lado.
A turbulenta viagem seguiu por mais umas 5 estações, até que 70% das pessoas do ônibus desceram e eu segui o percurso sentada.
Dali a pouco começo a escutar um australiano falando no celular e desabafando com alguém do outro lado da linha: “porra, meu ônibus demorou pra caramba pra passar e agora tá um puta trânsito! Tô super atrasado…”.
Olhei a minha volta, já estávamos bem no meio do centro da cidade. A pista contrária estava vazia, a pista onde estávamos estava andando, o sinal abria e os carros passavam.
O encanto ainda não acabou!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Bicho estranho

Miiiiil desculpas!
Antes de mais nada queria dizer que eu NÃO abandonei o blog – definitivamente - só andei meio sem tempo.
Daqui há um mês acabo o mestrado e aí vou me dedicar mais, prometo. Então, por favor, não me deixem falando sozinha!
E pra celebrar a volta lá vai uma coisa bem australiana pra dar uma animada:
É meio difícil de explicar o que um misto de bode com cabrito (se é que eles não são a mesma pessoa – nunca entendi…) faz no topo de uma pedreira com a Harbor Bridge ao fundo, mas essa é só mais uma das divertidas coisas a se ver no Taronga Zoo, o maior zoológico de Sydney.
Desde que a gente chegou aqui que ameaçava ir e ficava naquelas de “o dia que tiver alguma visita aqui a gente vai levá-las lá mesmo, então vamos outra hora”.
1 ano, 8 meses e nenhuma visita depois resolvemos ir!
A beleza já começa na ida, no ferry boat que cruza a bahia, passa em frente a Operah House e chega no zoo. Dali, da praia, se pega um teleférico pra ir até o outro extremo e começar o passeio.
Melhor do que olhar pra dentro das jaulas e olhar pra fora. A vista da cidade é simplesmente maravilhosa!
Mais bonita até que o coala pendurado no galho, dormindo (claro, é só o que ele faz além de comer folhas de bamboo!).
Ou mais interessante do que ver o urso treinando seus instintos de caçador procurando a sua comida dentro de um saco de café brasileiro!
Sem falar no wombat, um misto de porquinho com urso, muito fofo (e muito australiano – só tem aqui). Detalhe que só depois de eu enfiar a mão (e metade do corpo) dentro do tanque dele eu vi o aviso: “esse animal pode morder”!
Mas até parece que uma coisa tão fofinha é capaz disso… Passei a mão nele e ele rolou a barriga pra cima, que nem um gato vira-lata!!!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Armageddon

Postagem express só pra dizer que hoje eu acordei achando que o fim do mundo tinha chegado, que o aquecimento global tinha definitivamente acabado com a terra e que o Armageddon existia!
Chacoalhei a poeira - literalmente - e fui trabalhar!

http://www.smh.com.au/photogallery/environment/dust-turns-sydney-sky-red/20090923-g0tw.html

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Emergência!

Mais uma pra série de aventuras médicas:

Leandrinho Gaúcho, a nova sensação do futebol australiano, resolveu voltar a jogar bola depois de meses sem nem ver a cor delas (já tava até achando que bola de futebol australiano e brasileiro eram a mesma coisa…).
No primeiro jogo o time dele perdeu de 12x0 (isso mesmo!).
Essa semana era a desforra e eles iriam enfrentar um outro time que também tinha perdido de 9x0. Duelo de titãs!
Mas o saldo dessa vez foi melhor: Lele fez 3 gols, o time ganhou de 6x1 e o prejuízo dessa vez ficou por conta do tornozelo, que ele torceu no meio do jogo…
Até o final do dia tava tudo bem, mas hoje de manhã ele acorda já cedo me cutucando: “não tô pondo o pé no chão… tá doendo… não consigo andar…”
E lá vou eu, semi-acordada, ligar no hospital pra saber onde eu deveria levá-lo.
Escutei as opções da gravação: “marcar uma consulta, resultado de exames ou emergência”. Emergência.
Minha ligação foi direcionada pra um outro número e o atendente começou a fazer perguntas.
- Quando? Ontem.
- Como? Jogando bola.
- Mas foi um colapso? (logo se vê que o cara nunca jogou bola…) Não, foi trombada mesmo.
- Como ele passou as últimas horas? Morto – pensei – mas só tô ligando agora porque eu tava dormindo, tava frio e fiquei com preguiça de levantar da cama.
- Ele está consciente? Sim – mas depende sobre o quê. Essa pergunta é muito abrangente…
Enquanto isso a vítima do meu lado gargalhando e me dando sinal dizendo que ele não ia pegar uma ambulância por causa de um pé torcido. Eu, me controlando pra não rir e tratando o cara com seriedade – porém com sono - respondi a próxima pergunta:
- Is he bleeding? (tá sangrando?) Nããão! Não, não…
Só que a pergunta não era essa…. Eu entendi errado! E o cara levantou a voz tenso: He is NOT breathing (não está respirando)?
E eu continuei: Não! Não, não!
E o cara: NÃO??? HE IS NOT BREATHING???
- Não! Sim! Não! Sim! Peraí! Ele NÃO está sangrando, mas, SIM, ele está respirando!!!
Nisso eu já estava imaginando os paramédicos arrombando a porta do apartamento pra regatar a vítima e todos os cameramans dos reality shows sensacionalistas entrando atrás.
E eu de pijama e meia!
Bom, eu sei que muitas perguntas depois e uma consulta com os paramédicos por telefone eu consegui explicar que eu não precisava de uma ambulância, o morto na verdade tava vivo, respirando e gargalhando. Só não tava andando.
Despachei ele pro hospital com um amigo nosso (obrigada, Adilson!!!) e fui trabalhar.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Inversão de valores

Chega! Eu não agüento mais reality shows!

Será que eu sou a única?

Não sei… Não sei qual o volume de reality shows que acontecem no Brasil atualmente, mas por aqui posso listar sem ter que pensar muito:

- reality show de gordinhos

- de dançarinos famosos

- de dançarinos não-famosos

- de designers de interiores (OMG!)

- de paisagistas

- de cheffs de cozinha

- de policiais

- médicos

- modelos

- pessoas bonitas de modo geral (sim! Esse é o mais novo, que “avalia”a “verdadeira” beleza delas…)

- o clássico big-brother, claro

- de veterinários

- de aspirantes a cantor

- de casais

- de fazendeiros procurando mulheres (o único que eu gosto!)

- de meninas rebeldes que precisam entrar na linha (admito que já gostei)

e a lista segue.

Fiquei pensando: quando surgiu o primeiro BBB o máximo eram aquelas pessoas – completos desconhecidos – serem transformadas em estrelas em questão de semanas.

Acredito que muito da vontade das pessoas em participar daquele zoológico humano era realmente virar famoso.

Na atual conjuntura cheguei a seguinte conclusão: daqui a pouco as pessoas vão me parar na rua.

Vão dizer assim: “Ei! Você não é ninguém, de lugar nenhum? Nunca te vi na TV antes!!”.
E vão me pedir autógrafos...

Nessa hora eu vou por um óculos escuro, um chapéu bem grande e chamativo, um salto maior ainda, baixar a cabeça e fingir que eu sou uma ex-reality show pra poder seguir meu caminho sossegada!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Momento constrangimento

Essa postagem fala de temas desagradável e pode ser vista como mal educada ou de mal gosto, por isso se você está de mal-humor, TPM ou é chato mesmo, não leia!

(Mas eu preciso compartilhar!)

Acabei de voltar de uma consulta médica.

Meu objetivo era reportar “alterações intestinais” e ontem a noite me dei conta de que teria uma certa dificuldade em explicar isso.

Nessas horas você se dá conta de que 10 anos depois ainda se lembra daqueles diálogos forçados dos livros de inglês:


- Olá! Como você está?

- Estou bem, e você?

- Eu também estou bem, obrigado. Estou indo para a escola, e você?

- Estou indo ao supermercado.

- Oh! Supermercado? Você vai fazer compras, NÃO VAI? (tag question)


(“Não! Vou andar de bicicleta, imbecil” – comentário que se passa na cabeça dos alunos.)

Mas alguém algum dia teve uma aula de conversação ou teve que ficar repetindo um diálogo do livro com este teor?


- Bom dia? Como você está hoje?

- Eu estou bem, obrigada! E você?

- Estou com diarréia.

- Oh, diarréia?! Você está fazendo coco mole, NÃO ESTÁ?


E aí, na hora que você tem que ir a um médico reportar certos detalhes da sua vida privada (sim, trocadilho!), você descobre que ainda tem muito o que aprender mesmo depois de tantos anos estudando uma língua.

Mas o pior mesmo ficou pra médica, que muito educadamente me perguntou: “you are not passing more wind, are you?” (que ao pé da letra que dizer: você não está passando mais vento, está?).

“Passando vento???”, pensei.

Fiz aquela rápida checagem de 3 segundos pelo meu cérebro pra ver se aquilo soava familiar – resposta: não consta – e fiz aquela cara de quem não entendeu.

E ela, uma senhorinha toda bonitinha e delicada, começou a fazer gestos reproduzindo o ato de soltar um pum!!!

Fantástico!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Mais um! Mais um!


Mais legal que reveillon pra marcar a virada de mais um ano, pra mim é aniversário.
E como não poderia deixar de ser, tem que ter festa!
Nosso círculo de amigos tem aumentado, então não dava pra fazer festa em casa, como no ano passado. A segunda opção em se tratando de Austrália é o parque, mas com o frio que tem feito por aqui não seria muito convidativo, então optei por um bar/balada.
A verdade é que fazendo o aniversário num lugar desses é também uma maneira de continuar me sentindo com 20 vinte anos, por isso fiz questão de recusar a sugestão do meu marido pra que eu fizesse num “restaurante”.
Nada contra uma festa num restaurante, mas eu ainda tenho muito anos pela frente pra fazer uma dessas, então deixa eu aproveitar enquanto ainda suporto uma balada!
Na verdade o lugar nem era exatamente uma balada para os padrões de SP, tava mais pra um bar, a começar pelo horário: a festa tava marcada pras 7 da noite!
E no final, umas 2 da manhã, lá fomos nós passear a pé pela rua procurando algum lugar pra comer, carregando o resto do bolo.
Até tentamos vendê-lo na porta da lanchonete onde paramos pra comer, mas não teve muita saída… Australiano não conhece doce-de-leite, não sabem o que tavam perdendo!
E só pra esclarecer, quando eu fui comprar a vela, não tinham todos os números, então peguei o mais próximo que achei!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Primeiros passos

Pra quem está na Austrália e não assistiu ao jornal hoje, ou pra quem está no Brasil, onde eu não sei o que está sendo mostrado, dêem uma olhada nesse vídeo.

É o demais!



E depois de assisti-lo, leia a explicação abaixo sobre os milagres da tecnologia:

- os bebezinhos (que nem engatinhar engatinham) foram filmados com uma pessoa atrás deles chacoalhando-os ao som da musica;

- um patinador profissional foi filmado num estúdio fazendo a coreografia;

- os passos dele foram jogados no computador pra que o software reproduzisse os movimentos, aplicando-os aos corpinhos de bebês (o que, diga-se de passagem, eu tive que fazer na mão por horas pra minha girafa) modelados em 3D;

- filmaram o cenário num parque em Melbourne e editaram para que parecesse o Central Park!
(E pra quem quiser mais, veja o site da campanha: http://www.evianliveyoung.com/babies/#/landing/home).

domingo, 28 de junho de 2009

Ou 8 ou 80


Após uma semana de mais pura diversão e aventuras estamos de volta a Sydney.
Pode ser empolgação de começo (depois de um ano e meio – será?), mas devo admitir que chegar na cidade ainda dá um certo prazer e alegria!

Principalmente depois de voltar de um país com cultura e hábitos tão diferentes, é agradável entrar num taxi e não ter que ficar se preocupando se o taxista ligou o taximetro, se está tentando te enganar ou não, etc...

A Thailândia é o máximo sim, mas como todo país mais pobre, tem essas desvantagens…
Mas também tem uma cordialidade que merece ser destacada. É mais ou menos assim: quando não estão tentando te enganar, estão super dispostos a ajudar!

É uma constante e interessante contradição.

Entrei num banheiro público um dia e depois de procurar o papel higiênico por todo lado descobri que não tinha. Uma thailandesa me mostrou na parede uma máquina onde eu poderia comprar papel mas eu tava sem carteira. Abri mão dos meus luxos e entrei na cabininha. Dali a pouco ela me chama e passa por baixo da porta uma caixinha de papel que comprou pra mim.

Agradeci e fiquei esperando que na saída ela estaria lá, esperando que eu pagasse. Ninguém por ali! Foi pura cordialidade mesmo!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Krap Kum Ka

Ate agora a gente ainda nao etendeu direito se e assim mesmo que se fala, mas ao que tudo indica isso e muito obrigada em Thailandes!

Resumo da viagem: em 48 horas a gente ja deu comida na boca de elefante, tomou chuva ate ficar pingando duas vezes, caiu num golpe do vigario, tirou foto com tigre na Disneylandia Thailandesa, quase viajamos com uma puta sentada no colo do Leandro, passamos um dia no paraiso e (proibido para minha mae) sobreviveu a um tsunami!!!

Podem dizer qualquer coisa da Thailandia, mesmo que o pais e sem graca!

Vamos aos detalhes: chegamos em Phuket na noite de domingo, comemos perto do hotel e cama.

Na manha seguinte resolvemos ficar pela regiao, resolver os passeios dos proximos dias e a noite fomos a um show turistoide na Disney Thailandesa. Lindo, lindo, lindo!
E uma mega producao estilo Las Vegas num ambiente tipo Dysney, onde se pode comer, passear e ai sim, dar comida na boca dos elefantes, passar a mao neles e tudo o mais.

Eles sao muito bonitinhos, mas cascudos e peludos... Estranho...

La tambem foi o momento tigre do resumo acima. Tinham dois, brancos, gigantescos, que viamos por um vidro. Mas, claro, se voce quisesse seguir a vida com suas maos coladas aos seus bracos era recomendavel nao coloca-las neles!

(Bem-vindo a Thailandia!)

Na volta da noite aconteceu o terceiro episodio: o golpe do vigario! Tinhamos pago a uma agencia para nos levar e nos buscar com uma mini-vam. Na saida o motorista veio nos dizer que iriamos numa outra vam, com um motorista amigo dele que estava indo para o mesmo hotel que nos. Nos levou a um outro carro, abriu as portas, nos colocu dentro e pediu que esperassemos pelo outro ali. Quando o motorista apareceu, claro, nos botou pra fora porque nao eramos do grupo dele e era tudo uma grande mentira... Pagamos uma outra van, putos!

(O bom e que o prejuizo do golpe aqui e barato! Entre AU$10/15, R$15/20).
(Bem-vindo a Thailandia!)

O dia seguinte tinha tudo para ser perfeito. Viagem a Phi Phi Island, um dos lugares mais bonitos do mundo (pra mim, o mais ate agora).

A agencia passou no hotel, nos pegou e foi buscar as outras pessoas. Depois de meia hora esperando um grupo que nao aparecia la vem 4 homens indianos com duas thailandesas. Visivelmente, as putas contratadas pra noitada anterior (Phuket tem fama de paraiso do sexo para estrangeiros, com putas de monte pelas ruas, travestis e shows de ponpuarismo tao tradicionais quanto samba no Brasil!).

Os homens comecam a negociar com o motorista que todos estavam indo (se nao bastasse o atraso) e dali a pouco entram os 6 no micro-onibus que ja tava quase lotado. No nosso banco, onde caberiam 4, sentam dois do nosso lado e uma das putas no colo do cara colado ao Leandro...

Ah! Ta facil!!!

Nada contra a puta, mas eu e que nao ia ficar viajando espremida porque tinha uma mulher praticamente nas pernas do meu marido...

Levantei e comecei a gritar pro motorista: "Aqui nao cabe, nao cabe!!!"

E o indiano mandou ela sair e as duas foram dividindo um outro banco individual.

(Bem-vindo a Thailandia!)

Chegamos no pier e o guia comecou a dar uma bronca em alto e bom tom nos 4 homens, dizendo que tava todo mundo esperado por eles, que se fizessem isso de novo durante o passeio largaria-os na ilha e que as meninas nao iam embarcar (eu sei que vinganca e feio, mas as vezes o sentimento e incontrolavel).

Resumo, os 4 embarcaram e despacharam as meninas de volta pra cidade com o motorista.
Rumo ao paraiso!!!

Phi Phi e realmente tudo aquilo que parece. E inacreditavel, e indescritivel. Quem viu, viu. E dificl explicar ou mostrar em foto. E bonito DEMAIS!!!

(E quem nao viu, assista ao filme A Praia, com Leonardo di Caprio).

Passamos o dia pulando de ilha em ilha com o barco, fazendo snorkeling e nadando numa agua absolutamente morna, tranparente e de uma cor sem precedentes.

Vimos ouricos do tamanho de uma bola de futebol, estrela do mar colorida, peixes de varios tipos, inclusive o Nemo!

Peguei ate um pepino do mar preto nogento na mao!

(Bem-vindo a Thailandia!)

O tempo nao tava muito estavel durante o dia todo e em alguns trechos ja tinhamos pego o mar um pouco agitado, em outros nublado, ate que na volta...

(Nao vou dar detalhes porque sei que minha mae vai ler - pula essa parte) Chegamos em terra firme!

Se nao bastasse o tanto de agua que tava entrando dentro do barco com as ondas, la pelas tantas comecou uma mega chuva e chegamos no pier que nem dois pintos absolutamente molhados pela primeira vez no dia.

Pegamos a micro-onibus e ninguem conversava, acho que ainda se recuperando do susto da volta. Tirando eu e o Leandro, que estavamos rindo de nos mesmos pensando em como o dia dos indianos que era para ser um visita ao paraiso rodeados de putas tailandesas, virou um passeio infernal no mar, com direito a uma brasileira estressada gritando no onibus e um marido vomitando no meio do barco quase em cima deles!!!
Hotel, banho e depois de nos secarmos saimos pra jantar e para caminhar na famosa rua onde estao todos os puteiros, shows, restaurantes, tudo junto num mesmo lugar ao mesmo tempo! O maximo!

Entre uma caminhadinha e outra, pla!!! Desaba o ceu de novo!

Bem-vindo as Moncoes!!!

Chegamos no restaurante estressados, putos e claro, absolutamente molhados pela segunda vez em menos de 6 horas.

(Meu cabelo vai mofar, eu to falando! Nao ta dando tempo de secar...)

O bom e que pra curar tudo isso tem os thailandeses, que sao aboslutamente amigaveis e simpaticos. A garconete veio me enxugar com os guardanapos do restaurante, passava a mao nas minhas costas pra me consolar no melhor estilo "quer um abraco?", ficava falando pro Leandro como eu era bonita e pos a mao ate nas minhas coxas! (Sem sacanagen, com muito respeito!)

(Bem-vindo a Thailandia!)

E pra comemorar a chuva de hoje, vamos passar o dia fazendo massagem Thailandesa por AU$10 a sessao!

(Bem-vindo a Thailandia!)

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Sábado? Não posso...

Pobre blog! Abandonado por mais de um mês…
Isso nunca me aconteceu antes!
Mas tem uma explicação: muita coisa aconteceu nas últimas semanas e a principal delas, até alguns dias atrás, era o final do mestrado.
Não um final, FINAL, mas quase isso. Ainda tenho uma matéria pendente que farei daqui há duas semanas, mas como essa é relativamente fácil, já estou considerando-a concluída.
Agora, essa ERA a maior novidade do ano até a última sexta-feira, quando recebemos a feliz notícia de que nossa autorização de residir permanentemente na Austrália foi aprovada!
Pra quem nunca escutou a gente falar do assunto é o seguinte: atualmente temos um visto de estudante pelo fato de eu estar fazendo o curso, que vale até agosto. Nos últimos meses entramos com um pedido de autorização para residir aqui, chamado de PR (permanent residence) e fomos aprovados pela imigração para conseguir esse benefício!!!
Isso quer dizer que a partir de agora podemos ficar aqui até quando quisermos, temos mais benefícios do que antes e eu tenho liberdade para trabalhar quantas horas quiser.
Pra quem achou que isso já era notícia boa o suficiente, calma que tem mais!!!
Por questões totalmente burocráticas (e totalmente sem sentido...) nós temos que pegar esse carimbo fora daqui, o que nos obriga a sair do país praticamente de imediato, por uma semana, até que os papéis fiquem prontos e a gente possa pegá-los na embaixada australiana.
Por isso, desculpem-nos aqueles com quem marcamos algum almoço no final de semana, pizza no domingo a noite ou happy-hour na quinta, mas na semana que vem estaremos na Thailândia!
(Prometo que quando eu estiver em Phi Phi Island (foto ao lado) - mais ou menos na terça ou quarta à tarde - pensarei em vocês!)

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Alô, Brasil!

Como diria a filósofa Xuxa Meneghel, foi muito bom estar com vocês, foi muito bom brincar com vocês!

Dos amigos do trabalho aos da infância, passando pelos da fase adulta – corrigindo – da faculdade (porque fase adulta não chegou pra nenhum deles vide comportamento apresentado em eventos como a temporada em Campos ou o casamento dos Gamboas…), família e todo mundo mais que não se encontre em nenhuma das classificações acima e que tive o enorme prazer de encontrar.

Até mesmo São Paulo, que se mostrou mais louca do que nunca.

Será que a cidade realmente piorou, eu me desacostumei ou é a velha lógica de que só quem está de fora enxerga as coisas de maneira mais clara?

Sei lá… Acho que quem esta lá é que “Aprende depressa a chamar-te: realidade”, como diria Caetano, “Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso do avesso”, que aliás, eu já calculei e é o direito!

Isso mesmo: o avesso do avesso do avesso do avesso nada mais é que o direito!

(Essa postagem tá ficando muito maluca.... Deve ser o efeito do jetlag...)

Vai ver que São Paulo é que é normal e o resto do mundo é estranho...

Bom, na dúvida, chegamos em Sydney.

E no melhor esquema primeiro mundo fomos recebidos com câmeras filmadoras (eu, sorrindo, achando que era pra passar na TV!) que mediam nossa febre. Além dos labradores que vivem felizes pulando pelo aeroporto o dia inteiro.

Claro! Eles literalmente cheiram meia! (Pra quem nunca viu, os policiais dão uma bolinha de meia com algo – provavelmente drogas – pra eles cheirarem e eles saem enlouquecidos atrás das malas).

Pegamos um taxi com um motorista de Samoa (pra quem também não sabe e tem mais de 30 anos, Samoa não é só uma marca de chinelos, mas também um país aqui por perto).

No primeiro semáforo com uma fila de uns 12 carros esperando pra fazer uma conversão ele reclamou do trânsito, dizendo que todas as segundas-feiras de manhã eram daquele jeito.

HAHAHAHAHAHAHA!

Deve ser piada, né?!

Não, é Austrália mesmo!

Bem-vindos de volta!

sábado, 4 de abril de 2009

A postagem que não virou postagem

Faz um mês que estou esperando o dia em que iria sentar pra escrever essa postagem, guardando a sete chaves o segredo na minha mente, rindo sozinha do que estaria por vir.

No primeiro dia do semestre uma das professoras anunciou que faríamos 3 aulas de desenho para aprendermos a representar a figura humana em movimento, o que é muito importante para quem faz animação.

Ótimo! Há tantos anos não faço uma aula de desenho que imaginei que seria divertido.

Divertido? Segundo esclarecimento sobre as aulas: a melhor maneira de aprender a desenhar é observando o corpo humano, por isso contaríamos com um modelo. NU!

Escutei aquilo, fiz cara de paisagem e fingi naturalidade.

Num filminho mental que durou frações de segundo me vi nas entediantes aulas de direito. Pensando bem, eu mereço uma aula de desenho com um modelo pelado por todos os meus cinco anos escutando coisa chatas!

A professora recomendou que os alunos que tivessem alguma objeção por questões culturais ou religiosas conversassem com ela no final da aula.

Minha religião permiiite! Minha cultura então… (Quem cresce assistindo à mulher pelada em carro alegórico na TV não pode dizer que se opõe a uma aula dessas).

Não contava que eu fosse ter um problema matrimonial quando chegasse em casa, mas ela não comentou essa possibilidade, então eu não tinha dispensa dessa aula… Parte do meu currículo escolar!

Bom. Lá vou eu na semena seguinte como criança no primeiro dia de escola, louca pra ver o que estava por vir.

Ninguém de diferente por perto além dos alunos e lá pelas tantas eu concluí que aquela era a aula introdutória e os modelos só viriam nas próximas. Mas também descobri que seriam dois: um homem e uma mulher.

Nessa aula a gente desenhou os próprios alunos mesmo (todos devidamente vestidos), alguns jogando bola ou fazendo outros movimentos.

E eu só imaginando como seriam dois modelos pelados correndo pela sala…

Esse filminho mental parecia um remake de Eva e Adão no paraíso, com expectadores (nós - os alunos) em volta!

Próxima sessão e lá vamos eu e minha mente poluída e fantasiosa.

Descobri o segundo detalhe: aquele seria o dia da modelo e o modelo-homem só iria na outra aula.

Acabou o filminho da Eva e do Adão...

E lá vem a professora com mais uma notícia: a turma anterior tinha observado a modelo realmente nua, mas como a temperatura tinha esfriado ela sugeriu que ela usasse roupas de ginástica…

Que sem graça!!!

Cadê as pessoas peladas fazendo poses???

E por falar em poses, eu, com toda a minha falta de experiência sobre uma aula desse tipo, imaginei que posar fosse ficar lá parada enquanto a gente desenhava.

Ignorância a minha... A mulher ficava fazendo umas poses que mais pareciam de uma instrutora de ioga. Um pé no chão, o outro pra cima e os braços pra trás. Deitada no chão com as pernas pro alto. Costas curvada pra trás e braços largados do lado do corpo, etc...

E eu só imaginado enquanto desenhava: como ela estaria fazendo aquilo tudo pelada???
Sabia decisão a de por as roupas! Não sou obrigada a ver isso.

Ainda restava a próxima aula com o modelo homem (bem mais interessante) e pensei: minha chance de viver uma experiência dessas ainda está de pé!

Mais uma semana de expectativa e lá vou eu pra última da série.

É hoje que eu vou ver o pelado ao vivo (e fazer cara de nada, como se eu estivesse achando tudo super natural)!

Subi no elevador da faculdade com um fortão, olhei bem o tipo e na hora concluí: é esse o modelo!

Não deu outra: fomos pra mesma sala.

A professora começou dar as instruções sobre que tipo de desenho faríamos naquele dia e o fortão num cantinho.

Eu só reparando (claro) e o fortão tirando a roupa.

Comecei a ficar nervosa e me focar na professora!

Quando as coisas começam a se materializar é que a gente se dá conta delas!

Acho que isso não vai ser tão confortável e divertido assim....

Só estou acostumada a ver um pelado, no recôndito do meu lar, e não preciso ficar desenhando-o nem observando os detalhes!!!

Dali a pouco vem o fortão pro meio do círculo de carteiras.

Foi a piscada de ilhos mais longa da minha vida e uns 30 segundo depois eu concluí que precissava abrir os olhos (senão não seria mais uma piscada).

Lá estava o pelado. De sungão!!!
Ãããh???

Não é possível...

Passada a tensão veio a revolta.

Como assim sungão??? A professora anuncia por três semanas o pelado e na hora do vamos-ver o pelado é um vestido???

Nu é nu. Semi-nu é semi-nu. E sungão é sungão.

E ela falou NU. Eu tenho por escrito.

Não me conformei e no auge da revolta mandei uma mensagem pro meu marido: “Você é minha última esperança. É bom estar pelado quando eu chegar em casa."

sexta-feira, 20 de março de 2009

Ovo. (ponto)

Com a Páscoa chegando vi uma coisa muito estranha agora há pouco.
Fui almoçar com o Lê e na volta passo por um shopping que tem várias lojinhas de comida do tipo: padaria, frutaria, etc... e umas outras onde você pode escolher frutas ou vegetais e montar uma salada.
Foi ali o episódio estranho!
Eu ia caminhando em direção à lojinha quando vi a atendente pegar um ovo cozido e enfiar numa sacolinha de papel, dessas tipo envelope, onde se enfia um pão-de-queijo.
Pensei: nossa! Ela vai montar a salada alí?
Não! Ela saiu detrás do display de verduras e foi até a máquina registradora.
Pensei: Nãaaaaooo.....
Então ela enrolou a ponta do saquinho - nisso eu já estava torcendo o pescoço pra olhar pra trás e confirmar se o que eu estava vendo era mesmo o que eu estava entendendo.
Sorrindo pro cliente ela pegou o dinheiro dele e entregou o saquinho de papel - com um ovo cozido dentro... Assim, sem mais nem menos!
Ah???
E nem colorido era!
Antes o ovo colorido de boteco, pelo menos é mais interessante.

quinta-feira, 12 de março de 2009

The legend

Como fazer de um domingo a noite chuvoso um dia marcante:

- adicione a ele um casal de amigos queridos

- um carro pra gente não se molhar

- e um programinha básico um pouco pra lá da esquina de casa

SHOW DO ERIC CLAPTON!

Uma das vantagens de não se morar numa cidade de 20 milhões de habitantes é que você consegue resolver certos programas na última hora e foi assim que aconteceu.
Sexta de manhã compramos os tickets. Alegria pura!!!

Eu já tinha me arrependido amargamente de não ter ido no show no Brasil e achei que dessa vez não deveria deixar passar.

E fizemos bem!

O tiozinho sabe o que faz! Manda BEEEEMM!!!!

O cabelo grisalho, os óculos e a cara séria são um contraste com a guitarra. Mas a competência não deixa dúvida nenhuma.

Bom demais!!!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Em algum lugar do futuro

Esse é meu último semestre o mestrado e eu esperava que fosse ser tranquilo e sem grandes surpresas já que a fase de adaptação passou e agora me considero uma pessoa experiente.
Doce ilusão!
Primeiro pelo fato de que eu estou fazendo duas matérias de animação e com isso fui parar num ambiente totalmente diferente, com palavras, técnicas e principalmente softwares que são um verdadeiro mistério pra mim.
Beleza! Tô fingindo naturalidade e seguindo com as aulas!
Mas não deu pra fingir tanta naturalidade assim quando fui à biblioteca pegar alguns livros que precisava. Comecei a seguir os números de referências das prateleiras e fui parar dentro do corredor que tinha o seguinte título na entrada: "inteligência artificial".
Não sei vocês, mas essa expressão por si só me assusta!
Entrei no corredor imaginando que tipo de áliens, robôs ou outros seres do futuro poderiam estar lendo histórias em quadrinhos por ali.
Ou talvez se alguma perna biônica colocaria o pé na frente quando eu passasse pra eu tropeçar e ficar ainda mais assustada.
Superei o corredor do futuro, peguei os livros e voltei pra casa, de carona com os Jetsons!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Mais belezas naturais


Demorou um ano mas agora a gente viu que é verdade a história de que na Austrália canguru e barata tem em todo lugar, e de monte.
Sobre as baratas a gente já estava mais do que certo, mas quanto aos cangurus, considerando que levamos uns 10 meses pra ver um único bichinho, ainda tínhamos um certo receio.
Agora é fato!
A foto que pus na postagem abaixo foi tirada no último final de semana, numa cidade a umas 3 horas de Sydney, quando estávamos voltando da praia.
Simples assim: andando de carro, num bairro qualquer, e aquele bando de bichos pastando no meio da pracinha e no quintal das casas!!!
O canguru parece mais um cão de guarda, posando no jardim.
Além da cena inesperada, as várias praias lindas por onde passamos – além das sempre agradáveis companhias - fizeram da viagem m sucesso, mesmo com a chuva que caiu no domingo de manhã…
Na volta ainda teve uma parada num maciço de pedras onde está o Blow Hole: um buraco onde acontece uma espécie de explosão de água e o mar joga jatos muito altos pra cima (clique no link pra ver esquema animado)
Outro ponto alto foi o lual na praia a noite, com a presença das arraias gigantes bem no rasinho pra assistir ao Jamal cantar, tão perto da areia que se molhássemos só até o tornozelo chegaríamos nelas (claro que até lá elas já teriam fugido, mas é só uma referência de distância!!!).
Sem falar nas águas-vivas azuis turquesas pelas quais eu me apaixonei e não parei de tirar fotos!!!

terça-feira, 3 de março de 2009

Imagem auto-explicativa


Não é montagem! Fui eu que tirei esse final de semana!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Rasgando dinheiro

Na semana passada nossos ânimos e expectativas por aqui estavam a mil!!!
O governo estava anunciando um pacote de medidas para combater a crise econômica que incluía, entre as diversas ações, distribuir 900 dólares para as pessoas gastarem no que quisessem e aquecerem o mercado local.
Isso mesmo!
Levou algum tempo pra eu entender isso!
Eu vinha escutando as notícias na TV mas achei que não estava entendendo porque achei muito irreal o governo DAR dinheiro pras pessoas irem às compras…
Mas depois, conversando com umas amigas australianas, entendi que, sim, eu entendi a notícia!
E o melhor: o Leandro se incluía nos beneficiados pois todos que tivessem pago imposto de renda no ano passado receberiam o valor!
AEEEEHHHHH!!!!!
Estavam ansiosos aguardando a aprovação do pacote no congresso.
No natal eles já tinham feito isso e dado $600 pras famílias com filhos.
Detalhe: chega um cheque na sua casa pelo correio ou eles depositam na sua conta, fácil assim!
Parece piada, né?!
Pois a parte nada engraçada é que as medidas foram vetadas e agora estão sendo reescritas.
Vamos ver se o presentinho continua na próxima versão do pacote econômico…

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Cinzas...

(ATUALIZADO COM VÍDEO)

A Austrália está menos colorida desde sábado...
Como muita gente já deve ter visto nos noticiários daí um incêndio catastrófico atingiu o estado de Victoria – onde fica a cidade de Melbourne, destruindo uma área enorme e matando um número considerável de pessoas (até ontem eram 130...).
Os jornais daqui não param de mostrar imagens da região e é bem triste ver tudo em cinzas.
O primeiro-ministro foi dar uma declaração na TV e não conseguia falar. Nunca vi um governante se comover tanto e tão sinceramente com uma situação. Via-se que não se tratava de demagogia, ele não estava conseguindo controlar a emoção mesmo...
O mais impressionante é pensar que duas cidades foram tiradas do mapa. Elas simplesmente não existem mais e viraram um monte de cinzas.
Várias campanhas já começaram país afora no intuito de reconstruir a região e uma das redes de supermercados mais importante daqui – Coles - vai doar todo o valor das vendas da próxima sexta-feira para as vítimas do incêndio.
Abaixo um vídeo inacreditavelmente bonito, no meio de todo o caos.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Mexa-se!

Em homenagem ao mês do carnaval (que por aqui passa despercebido) essa postagem é sobre dança!
Na volta da minha academia passo por um calçadão no meio de um campus de um colégio.
Não é a primeira vez que vejo num canto, perto de uma das janelas de vidro do prédio, uma mulher em pé, sozinha, fazendo uns gestos estranhos...
A primeira vez fiquei olhando o quanto deu, tentando ser discreta e entender o que aquilo significava. Nada...
Ontem, quando estava voltando, lá estava ela de novo.
Comecei andar mais devagar pra poder ver por mais tempo o que estava acontecendo.
De costas pro calçadão, bem perto da parede, ela balançava os braços, as pernas, o tronco.
Bem magrinha, com traços orientais, mais parecia uma minhoca andando na vertical se mexendo daquele jeito.
Depois de observá-la por alguns metros da minha caminhada eu entendi tudo!!!
Ela estava dançando, sem música (talvez um Ipod...), de frente para o vidro.
Na janela do prédio ela via seu reflexo e ia coordenando (ou não!) os passos.
Tá aí, pensei!
Não dá pra ter desculpa mesmo pra não se mexer. Calçadão e janela de vidro tem em todo lugar!
E se você não tem Ipod, leva um daqueles “micro-systens” anos 80, tipo o “moving sound”, que ainda é capaz de fazer amigos!!!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A primeira vez a gente não esquece

E a primeira vez a qual me refiro é meu primeiro corte de cabelo na terra dos cangurus (ou seria perto da terra do sol nascente? Explico mais tarde).


Pra quem não sabe, eu tenho um certo medo de cabeleireiros novos, por isso posso dizer que tive dois até hoje na minha vida (sem contar a minha mãe, que cortou mais que meus cabelos – minha orelha também – por muitos anos).


No meu primeiro ano de Austrália tive a brilhante idéia de esperar minha ida ao Brasil para cortar lá (sim, o medo era grande).


Resultado: perto da viagem meu cabelo estava tão horrível que eu cheguei a conclusão que qualquer corte ruim seria melhor do que a falta de corte (conclusão talvez precipitada…).


Dessa vez criei coragem, pedi referências para todas as pessoas que conheço na Austrália, escolhi o mais perto da minha casa e lá fui eu!

O salão é coreano, os cabeleireiros são coreanos, o nome é coreano e imaginem como eu saí de lá…


Até meio olho tava puxado (foto ilustrativa)!


Ela fez tanta escova, chapa, estica, estica, estica e meu cabelo tá no ombro. Imagine a hora que ele voltar às ondas e textura normal…


O corte em si está lindo. O problema é que o meu cabelo não tem NADA a ver com um cabelo oriental.


Eu estou mais pra urso-do-cabelo-duro, como minha irmã gosta de me chamar, ou Elba Ramalho, apelido carinhoso do meu marido, do que pra uma gueixa…

Ou seja, tinha duas opções: ficar os próximos 3 meses sem lavar o cabelo ou viver a base de chapa.


24 horas depois eu já não estava aguentando de curiosidade pra saber o resultado. Achei minha chapa, segurei ela na mão, fiz o nome-do-pai e lavei… Ai, ai…


Agora ele tá secando. Secando e subindo, subindo, subindo mais do que os números da crise financeira mundial.


Se nas próximas postagens eu aparecer só de chapéu, lenço ou simplesmente não aparecer, por favor, não perguntem nada porque o assunto é delicado pra mim…




ADENDO: o cabelo secou e eu tô parecendo um cruzamento de pajé de tribo da Amazônia (daqueles que tem um franja enorme) com o urso-do-cabelo-duro. Ou a Moranguinho, que tem um cabeção bem maior que o corpo. Ou melhor dizendo, a Laranjinha (foto ilustrativa 2)... Pelo menos as piranhas estão parando de novo no cabelo... Tem suas vantagens ser o bear-with-a-bad-hair!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Australia Day



Ontem foi aniversário de ninguém mais ninguém menos que a Austrália!
No dia 26 de janeiro comemora-se 221 anos da chegada dos primeiros navios britânicos por aqui e a apropriação formal da colônia de New South Wales (ou Nova Gales do Sul, como é chamada em Português).
O feriado, que é relativamente novo, tem se tornado cada vez mais popular a medida que as comemorações programadas para esse dia estão aumentando, assim como a tentativa de se desenvolver um espírito nacionalista e uma identidade mais forte ao país.
E nossa colaboração não poderia faltar!
Primeiro com um nome e um produto bem brasileiros, num evento absolutamente inusitado: o “Havaianas Thong Challenge”. Centenas de Havaianas infláveis gigantes foram colocadas no mar em determinas praias e as pessoas que flutuavam em cima delas tinham que se ligar umas às outras, formando um cordão gigantes de chinelos flutuantes! Detalhe: o produto é 100% tupiniquim, as cores são 100% tupiniquins, mas o biquininho das participantes demonstra que a adesão foi realmente aussie (apelido dos australianos)!
As cores, embora pareçam as da nossa bandeira, são as cores do brasão da Austrália: dourado e verde.
O outro super evento brasilo-australiano (acabei de inventar o nome!) foi carinhosamente entitulado de Adilson’s Day. Nosso amigo Adilson estava fazendo aniversário (um pouco menos anos que a Austrália) e, no melhor estilo local, celebrou a data com uma festa no parque que começou as 10 da manhã e acabou às 7 da noite.
A programação do Adilson’s Day começou com hasteamento dos balões e da bandeira da Austrália (que eu e meu marido fomos proibidos de amarrar na árvore porque o guarda do parque disse que era atentado ao patrimônio público!!!), café-da-manhã, churrasco, bolo, brigadeiro e tudo o mais que o aniversariante tinha direito.
Até mesmo uma super-tenda que a equipe de apoio (Cipó!) tirou do nada para proteger o churrasco da chuva que caiu no meio da tarde. E que não foi nem de perto suficiente pra mandar os convidados embora!!!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Cruzando a fronteira


Acabo de voltar do Japão, da China, da Tailândia e de uma escala no Vietnam, tudo em mais ou menos duas horas!

Estou em êxtase!!!

Aqui perto de casa fica o bairro do Chinatown. Já estive algumas vezes por lá, mas sempre nos mesmo lugares. Até que hoje, em busca de uma arma para combater as baratas do meu vizinho chinês (nada como ir ao território do inimigo para conhecê-lo melhor), entrei num supermercado que tem por lá.

O supermercado pertence a uma das poucas grandes redes que existem por aqui e eu já tinha ido em outras lojas deles, mas nunca naquela. Entrei esperando um supermercado qualquer, como os outros da mesma marca.

Sai deslumbrada!

Imagine uma coisa: lá tinha. Imagine uma coisa que não dá pra imaginar: lá tinha.
Comecei a andar pelas gôndolas que nem criança quando passa em frente a loja de brinquedo, vira o pescoço e continua caminhando sem olhar pra frente (ou eu mesma em frente a loja de sapatos).

Quando alguém entrava na frente da prateleira que eu tava olhando tinha vontade de empurrar, puxar pelo cabelo ou chutar porque eu podia estar perdendo alguma coisa bem ali. Se as pessoas pegavam algum produto eu ia lá olhar o que era.

Li umas mil embalagens, tirei uns dois mil produtos das prateleiras aí lembrei que estava sem carro, marido ou sacolas, o que limitava minhas compras a uns 3 quilos (o que quer dizer que eu ia sair de lá com seis – é sempre assim!).

Casa passo que eu dava eu ia mais a loucura. Vinham os noodles: quarenta mil tipos, cores larguras, espessuras, de ovos, de trigo, espinafre, fresco, seco, ah…
Consegui escolher 4 e passar pra próxima seção.

Chás!!! Ah, meu Deus… quase nem gosto…

Mais uns passos e lá vem os noodles de novo e tive que rever todas as minhas escolhas...

Frutas secas. TOOOOODAAASSS! Inclusive aquelas que a gente nem imagina que existem, claro!

E as bolachinhas… Formatos, cores, desenhinhos… Mais uns 40 minutos só ali.
Quando eu achava que já tinha visto muito ressurgem os chás em muito maior quantidade e variedade do que nas prateleiras anteriores. Achei que chá de banana (isso mesmo!) já era ousado o suficiente, até que olho do lado e lá está ele: o famoso, citado, desaprovado chá de cogumelo!!!

Ele existe, foi industrializado e está a venda no mercado (não me refiro ao mercado negro... ao mercado legalizado mesmo, que dá nota fiscal e tudo! Será que pode deduzir despesa com chá de cogumelo do imposto de renda aqui na Austrália?).

Achei que comprar o chá de cogumelo seria muita ousadia, então fiquei com o de banana, cujo efeito não estava explicado na embalagem. Por isso, se eu começar a escrever coisas sem sentido nas próximas linhas vocês já sabem que foi conseqüência do chá que estou tomando...

Alguns passos depois comecei a perceber a música de fundo tocando. Acreditem: música de natal chinesa também tem cara (ou som) de música de natal! Dava pra entender o Merry Christmas no meio e àquela altura já comecei a me perguntar se eu realmente estava escutando certo ou se eu já tava entendendo chinês depois de ler tantos rótulos (isso não é efeito do chá, isso realmente aconteceu).

O ano-novo deles começa hoje, por isso imagino que as músicas estivessem tocando.

Bom, mais alguns passos pisando nas nuvens e entro num novo corredor que de repente começou a parecer familiar. Achei que já estava me sentindo tão em casa que meus olhos estavam começando a ficar puxados e as marcas dos produtos conhecidas.

Até que me lembrei que continuava num supermercado da rede e percebi que dali pra frente os produtos eram os mesmo, como de qualquer outra loja...

Peguei meus vários noodles, minhas bolachinhas e vim embora pra casa comendo um bolinho de feijão e tomando um chá verde gelado.

E acreditem: a foto acima é dos rolinhos de frango com papel arroz que eu comprei no supermercado e EU acabei de fazer!!!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Sydney festival

Atendendo a pedidos da minha leitora mais assídua Silvia (obrigada pela fidelidade!), segue mais uma postagem.

Durante o mês de janeiro está acontecendo por aqui o Sydney Festival, um festival de arte, música, dança, cinema, etc... que dura 3 semanas. E lá fomos nós para a noite de abertura, no sábado passado!

Ao mesmo tempo, em diferentes pontos da cidade, estavam acontecendo vários eventos: uma mega balada Techno no meio de um dos principais parques da cidade, um show com várias bandas e cantores australianos e estrangeiros no parque ao lado, uma apresentação de dança chinesa numa praça entre os prédios do centro financeiro, e por aí vai.

Para marcar o festival desse ano desenvolveram uma coreografia e em determinada hora todos os pontos do evento convidaram os participantes para fazerem a dança. O vídeo já estava disponível na internet alguns dias antes para quem quisesse aprender, mas a gente só foi apresentado aos movimentos na hora mesmo, por isso dá pra perceber nas fotos a sincronia entre os meus passos, os da Karina e os da Simone!!!

Mas valeu! Estávamos lá na tentativa de entrar no livro dos recordes com a maior multidão dançando ao mesmo tempo a mesma dança (talvez a parte da "mesma" dança não tenha valido...).Adicionar imagem
Durante a semana também fomos a um outro evento: assistir ao filme "Corra Lola corra" projetado a céu aberto, no meio do Darling Harbor com uma banda ao vivo fazendo a trilha sonora. Bem legal!

Todo mundo sentadinho no chão, na beira do píer, aproveitando a vista, o pôr-do-sol, o clima (que tá ótimo), e o filme, claro!

E o evento mais especial, que só eu vi, foi o concerto do Leandro!

Como parte do festival 30 pianos foram espalhados por diferentes áreas da cidade e um deles tá bem aqui na esquina de casa, numa pracinha, embaixo de uma árvore. E foi lá que eu descobri que meu marido é pianista!!!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Back on the track

O ano recomeca e lá vamos nós, com o relato dos últimos eventos.
Natal e reveillon foram festas grandes por aqui.
O primeiro na casa da Karina e do André, com direito a uma ceia para alimentar 200 pessoas (éramos 12!) que incluía o tender mais bem cortado da Austrália, um amigo secreto com presentes disputados a tapa e conspirações se formando para pegar os melhores deles. Tudo seguindo o espírito do Natal!!!
Mas a verdade é que demos muitas risadas. Tantas que o vizinho apareceu lá no meio da noite pedindo pra gente falar mais baixo porque ele tinha uma criança pequena em casa. Baixamos o volume, fechamos a sacada, começamos a sussurar e a festa ainda durou mais algumas horas!
No Reveillon a turma se dividiu e nós, Karina e André e os pais dele fomos para a beira da bahia num jantar cercado pelos fogos. Lindo, lindo, lindo!!! (Veja a postagem anterior para mais detalhes).
No melhor estilo australiano, na entrada do evento cada um ganhava uma lancheirinha! Uma ciaxinha onde vinha a salada e dois pãezinhos, parte das entradas. Depois foram servidos os outros pratos e quando acabaram os fogos, todo mundo pra fora.
Ao invés dos fogos significarem o começo do novo dia, do novo ano e da longa noite que normalmente se segue após a ceia, aqui ele é tipo um despertador: tocou, tá na hora de ir dormir!
Que venha 2009!!!