segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Troca cultural

Queridos amigos australianos

Por favor, não nos levem a mal, mas uma das coisas que a gente estranha quando chega aqui (e persiste estranhando mesmo anos depois) são os hábitos de higiene bucal de vocês
Pra falar a verdade, talvez passasse batido e a gente nem notasse que vocês nao escovam os dentes tão regularmente quanto o sugerido se não fosse pelo fato de vocês nos perguntarem o que e’ que estamos indo fazer quando nos vêem carregando uma escova de dente pro banheiro depois do almoço.
Mas vocês nos olham como se fossemos muito esquisitos e como se tivesse algo mais pra se fazer com uma escova de dentes no banheiro (ha 33 anos eu ainda uso as minhas pra mesma única finalidade. Minha criatividade não me permitiu achar outra utilidade pra ela - exceto pras usadas, que são ótimas pra esfregar os rejuntes do banheiro).

Bom, mas a verdade eh que sim, vários dos brasileiros morando por aqui ja tiveram que responder essa pergunta. Não só responder, mas também se justificar diante de argumentos do tipo: “mas pra isso existe chiclete”.

Alias, outra curiosidade inacreditável eh que uma das marcas de chiclete daqui tem uma muito inovadora estratégia de marketing (ou seria cara de pau!) pra suas embalagens. Os chicletes vem organizados numa caixinha, um ao lado do outro e acima deles tem três títulos: café-da-manhã / almoço / jantar. Assim da pra manter um certo controle do consumo e saber se já “escovou os dentes”, eu imagino.

Mas ainda ha salvação!

E uma das coisa que aprendi desde que mudei pra ca foi que qualquer pessoa, de qualquer origem, por mais diferente que ela seja, sempre tem algo a adicionar a você. Basta a gente enxergar.

E ai entra esse post: so pra dividir com vocês a alegria de que ha umas duas semanas atrás eu achei, dentro do armário do banheiro, num cantinho, semi-escondidas, meio perdidas por ali, uma escova e uma pasta de dente.

A turma dos esquisitos-mas-limpinhos esta crescendo!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Boletim rodoviário


Outro dia recebi um email de uma amiga com o título: Rodovias perigosas na Austrália.

Primeira coisa que passou pela minha cabeça foi:

- Nossa! Deve ser uma lista com as rodovias mais violentas daqui. Deve ser no deserto e ter emboscadas e esse tipo de coisas…

Segunda coisa que passou foi:

- Menos, Cíntia… Deve ser uma lista com as estrada mais esburacadas e só. Embora eu nunca tenha visto nenhuma assim aqui, tenho certeza que saindo da costa, indo pro meio do país, tem muitas.

Terceira:

- Para de viajar e abre o e-mail.

Abri! E adivinha: nenhuma da alternativas.

Nem preciso falar muito porque as imagens são auto-explicativas, só vou adicionar o detalhe que vinha escrito no email: “Demorou 5 horas pra cobra terminar a iguana e colocaram placas para evitar que ela fosse atropelada”.

Acho que isso dá a esse post o direito de ser incluído na série Só-acontece-na-Austrália.


domingo, 17 de julho de 2011

E não é que eu voltei?!

Pra contar agora do meu aniversário Junino-australiano.

Que nem junino é – já que acontece em julho – e muito menos australiano já que a comilança foi toda mais brasileira possível, com direito a quentão, paçoca, cuscuz e até canjica.

Curiosidade rápida: não ofereça um quentão a um gaucho e lhe dê um copo daquela bebida de gengibre e pinga sob o risco de frustrá-lo… O que a gente em São Paulo chama de quentão é, pra eles, nada mais que o vinho quente. (Conhecendo o Brasil fora dele!)

Esclarecimentos à parte, a festa foi um sucesso!

Pra alguns até um alívio porque embora existam algumas festa juninas por aqui, a crítica a principal delas foi que está se tornando mais uma festa brasileira, e não uma festa junina em sí.

Embora saibamos e reconheçamos que é organizada com muita dedicação por uma das mais importantes associações de brasileiros daqui, o fato é que todos os eventos brasileiros estão se tornando iguais porque quem está presente são sempre os mesmos restaurantes, café ou distribuidores de comida.

O que quer dizer que independente se a festa é junina ou se é Brazilian Day ou se é festival de cinema brasileiro, as opções são sempre as mesmas.

Ainda bem que eu consegui em meio a muito trabalho no escritório cozinhar algumas das comidinhas tradicionais da festa pra deixar nossos amigos matarem as saudades enquanto a gente cantava um parabéns em duas línguas, afinal os convidados australianos também tinham que ter chance de cantar a tradicional musiquinha, fosse em que língua fosse.

E eu, que adoro um aniversário, nem me incomodei!

E falando em australianos participado da festa, tenho que fazer jus a um em especial e dar-lhe o prêmio de melhor caracterizado porque ver um gringo vestido de caipira é por si só muita diversão garantida.

Quando ele resolve cair na maldade dos brasileiros e aceitar o desafio de comer 3 paçocas em 1 minuto então…

Aí da vontade de fazer 2 festas juninas por ano!



domingo, 3 de julho de 2011

Apresentando o novo lar

Hey, Hey, Hey!
Que vergonha... Aparecer aqui depois de um ano...
Mas preferi acreditar que é verdade quando dizem “antes tarde do que nunca” e voltar com o intuito de reativar esse blog que eu gosto tanto – aí eu aplico o outro ditado: “o que vale é a intenção”.

Nem preciso dizer que muito aconteceu em um ano, mas vamos começar pelos acontecimentos mais recentes.

Desde que chegamos aqui morávamos no mesmo apartamento (pra quem me acompanha desde o começo, o famoso apartamento das baratas que rendeu tantos posts há 3 anos atrás).

No útimo ano comecei a trabalhar num escritório de design de interiores no norte da cidade (uns 30 minutos de casa) e estava querendo me mudar pra mais perto do trabalho.

Acabou que achamos um apartamento não só mais perto, mas na esquina!

É tão perto, tão perto, que eu tava morrendo de medo de não me acostumar.

Sei lá… Ficar vendo o escritório o tempo todo, andar pelas mesmas ruas, mesmos cafés, etc…

A verdade é que nos mudamos há 2 meses e estou no céu! Não poderia estar gostando mais de estar morando tão perto (exceto pelo fato de que agora talvez o escritório tenha que se mudar, mas isso fica pra outro post...)

Se você olhar uma foto bem clássica de Sydney, daquelas que mostram a bahia, a ponte e a Operah House, imaginem que a gente morava do lado da Operah. Agora cruzamos a ponte e moramos do outro lado da água. Ali é o Norte.

Ainda é bem perto (15 minutos até o centro), tem um nome complicadinho – Wollstonecraft – e fica perto de um dos centros comerciais da cidade (North Sydney), onde ficava o primeiro trabalho do Leandro aqui.

Com base em algumas classificações nem é mais Sydney, mas pra ser sincera, até hoje ainda não entendi exatamente essa organização geo-política deles. É bem diferente da nossa e por mais que eu tente comparar com as nossas prefeituras, sub-prefeituras, bairros, cidades satélites, parece que nada responde a questão.

Estando em Sydney ou não estando em Sydney, estamos amado o novo bairro!

É super arborizado, residencial (meu escritório é o patinho feio da quadra, perdido entre casas e casas), quieto, calmo e tem pássaros e possums passando na minha janela (sem falar o gato lindo do vizinho que dorme numa árvore bem em frente ao meu quarto).

Detalhes curiosos sobre a mudança: nós mesmos fizemos, com a ajuda dos nosso amigos. Como o apartamento anterior era mobiliado, não tínhamos muita coisa além de roupas livros e umas 2 caixas de utensílios de cozinha.

Conseqüência: quando chegamos no novo apartamento também não tínhamos muita coisa!

Como a mudança foi de uma hora pra outra e no meio do caminho tínhamos uma viagem de férias, não deu tempo de organizar nada e só o que conseguimos garantir foi um colchão pra que quando chegássemos no novo apartamento tivéssemos pelo menos onde dormir.

Geladeira, fogão, mesa, nada... Pelo primeiro dia, porque no segundo já tínhamos ganho um frigobar – que foi o perfeito quebra galho até conseguirmos comprar a geladeira - e uma mesa de centro (que virou nossa mesa de jantar-café-apoio-estudo-tudo-em-uma-só).

O curioso é de onde eles vieram. Existe aqui (e em mais alguns países eu acho) um grupo de emails onde as pessoas anunciam coisas que não querem mais ou que estejam precisando receber chamado Free cycle.

Você encontra absolutamente de tudo: de lente de contato, a gato e cachorro (literalmente - falando dos animais), móveis, computadores, utensílios de cozinha, montanhas de coisas de bebes (roupinhas, berços, cadeiras de carro, brinquedos), livros, roupas e por ai vai.

Ao invés de ficar com as coisas em casa sem uso, ou colocá-las na rua como muita gente também faz por aqui, a idéia é reciclar o que pra você não tem mais utilidade.

Conseqüência: menos consumo, menos desperdício e pessoas felizes dos dois lados.

A mesa continua aqui e já foi incluída na futura decoração da casa.

O frigobar já foi dispensado através do mesmo site, depois que conseguimos comprar a nova geladeira. Hoje ele mora com alguém diferente, espero que esteja sendo bem tratado, esteja feliz e sendo de muita utilidade para sua nova família!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Paixão (inter)nacional

Eles foram bem mais rápidos do que eu e antes que eu achasse um tempo pra escrever sobre a copa na Austrália o Brasil já tinha chegado em casa…
Mas achei era justo compartilhar o que a gente viu por aqui no último mês. E posso dizer que do outro lado do mundo, a copa não deixou nada a desejar!
(Veja bem: eu falei a copa, não a seleção).
Carro com bandeirinhas: tinha. Pessoas com camisas de times: tinha. Bandeira nas janelas das casas: tinha. Propaganda na TV: tinha. E tudo o mais que eu já vi acontecer no Brasil em virtude da copa.
O que nos surpreendeu muito, aliás, porque estávamos imaginando que o evento fosse passar relativamente despercebido já que a Austrália não tem muita tradição no esporte. Mas os cangurus não fizeram feio na hora de promover o evento não e eles sabem exatamente como pular bem alto quando sai um gol!!!
No banco do Leandro tiveram até atividades do tipo: na sexta-feira o terno estava abolido e as pessoas podiam ir vestindo a camisa do time de sua preferência (e aqui, quando se fala em “time de sua preferência”, aparecem camisas de todos os cantos do mundo, afinal de contas a gente vive na verdadeira Torre de Babel!).
Também fizeram um concurso e cada um podia decorar sua baia com temas de um dos países da copa. Claro que a da área do Leandro foi o Brasil (e quem estava por trás da decoração era eu!!!).
Pra combinar com o estilo irreverente australiano foi lançado um programa de TV que comentava a copa com extremo bom-humor, fazendo piada de tudo e de todos. Fantástico! Rimos muito com isso! Tinha até o “Troféu Rivaldo” para o jogador mais falso do dia, mostrando aqueles lances em que eles levam uma bolada de leve e se jogam no chão fazendo uma cena enorme para sensibilizar o juiz.
Mas o ponto alto da copa mesmo foi assistir ao jogo no Darling Harbor, um dos pontos mais turísticos da cidade e ouvir ali, a beira mar, de frente para a maravilhosa bahia de Sydney e para o telão mostrando a nossa seleção em campo, o hino nacional brasileiro.
Simplesmente emocionante!

domingo, 27 de junho de 2010

Visitas!

Lá vou eu ter que me desculpar de novo pela ausência, mas é sempre por uma boa causa e a vantagem é: eu volto cheia de novidades!!!
São tantas aliás, que eu vou ter que dividir em três postagens.
Essa vai ser a da fantástica visita da família à Austrália.
Depois de dois longos anos e vários ameaços, dessa vez foi pra valer e no meio de maio eles desembarcaram na terra dos cangurus.
Cheio de malas e de uma quantidade inacreditável (INACREDITÁVEL) de comidinhas do Brasil. Eu diria que o carregamento beirava contrabando, mas como os formulários da imigração não perguntam quantos Bis ou quantas paçoquinhas você está trazendo, foi tudo importado legalmente!
E mais legal ainda têm sido comer tudo isso!!! (O que não legal é ver o caminho que eles fazem da minha boca direto pra as minhas coxas, mas isso é assunto pra outra postagem...)
O primeiro evento do qual as visitas participaram foi minha formatura do mestrado, que teve direito a beca, diploma, foto oficial e tudo mais.
E depois, como não poderia faltar, comemoração num bar embaixo da Operah House, de frente pra Bahia de Sydney e pra ponte. Mais típico impossível!
Aliás, falando em bahia de Sydney, lá foi a primeira parada das visitas e ao primeiro sinal de mar azul e da enorme ponte de ferro meu pai disse: “é longe mas vale a visita!”
Se ele já estava achando isso nas primeiras horas em Sydney, fiquei tranqüila porque tudo o mais que viesse seria lucro!
Mas Sydney é assim. Encanta de cara, e não só a primeira impressão. É assim mesmo!
E pra que a imersão australiana fosse ainda maior, não poderiam faltar cangurus aos montes, coalas, wombats, pingüins, ornitorrincos e tudo o mais que se pode achar por aqui. E eles viram solto no mato, nos campos, nas praias e no zoológico.
E viram praias, praias, praias. E mais praias!
Fomos para Queensland, que fica ao norte do estado onde moramos. Lá visitamos uma praia que é tipo Búzios chamada Noosa. Pequena, charmosinha, modinha e linda demais. Também levamos as visitas para uma super aventura numa ilha chamada Fraser Island.
Até a primeira metade do passeio mami estava feliz da vida, adorando tudo. Até que o ônibus 4x4 que estava nos levando pegou umas estradas completamente rústicas, de areia e pedra, e começou a chacoalhar absurdamente!!! Aí ela já estava querendo me matar pela brilhante idéia do passeio!
Mas a paisagem valia a pena e entre mortos e feridos (o que inclui uma tartaruga marinha e uma cobra venenosa mordida por uma águia) salvaram-se todos (exceto a pobre tartaruga, morta largada na areia… E o Leandro que quase morreu de medo quando o guia pegou a cobra e trouxe pra dentro do ônibus pra mostrar pra gente!).
Do nordeste seguimos para o sul para levá-los a Melbourne e a costa ali por perto.
De volta a Sydney, o melhor de passear por um lugar que você conhece com alguém que não conhece é que eles sempre vêem coisas que você nunca viu, então quem acabou fazendo turismo fui eu.
E a verdade é que depois de 3 semanas de intenso passeio as visitas estavam acabadas, assim como eu.
Eles foram embora e quem estava precisando de férias era eu!!!
(Mas sem eles por aqui não teriam tanta graça… Voltem logo!!!)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Virando gringo

O dia ontem foi bem diferente. Bem “coisa de gringo”, eu diria.
Teve churrasco de salsicha, grito de guerra, picnic, esporte atípico, pessoas de várias nacionalidades e sotaques e tudo o mais que você possa imaginar para caracterizar o estilo de vida australiano.
Claro que não faltou também mar, sol e cerveja (e ao contrário do que as pessoas acreditam, australianos não bebem Foster!).
O evento era uma competição de remo organizada pelo banco onde o Leandro trabalha. O lugar, um parque nacional (sempre!). E a cor do time, pink. (Isso não era nada, o pior era a roupinha… Reparem nas fotos!).
18 times participando e o da área do Lê ganhou - tenho certeza que nesse momento, em plena tarde do dia seguinte, estão tomando cerveja no escritório pra comemorar. Isso também faz parte do “estilo de vida australiano”!
E na hora da premiação o CEO do banco foi convidado pra falar. Alguns detalhes antes: o banco é o maior da Austrália, está entre os 50 maiores do mundo, tem em torno de 40 mil funcionários (a prova era só pra divisão do Leandro, umas 6 mil pessoas) então pressupõe-se que o CEO não é um, vamos dizer assim, qualquer, certo?
Se estivéssemos na represa de Guarapiranga ele provavelmente teria alguns seguranças por perto, fiscalização na entrada do evento, helicóptero parado na esquina ou uns 2 ou 3 carros blindados, e por aí vai.
Mas não é que o homem era exatamente o “qualquer um” que estava bem na minha frente assistindo à premiação?!
De camiseta, bermudas e chinelo, com o boné de uma das equipes. Ou seja, pôs a mão na massa, competiu, perdeu e deu o troco na hora do discurso dizendo que ele é um grande admirador da cultura japonesa e gostaria que os australianos absorvessem um pouco daquela cultura, pois um japonês nunca ganharia do próprio chefe!!!
(Ainda bem que meu marido só joga futebol e nem imagina como se pega num remo!)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O dia da caça


Hoje eu corrompi alguém e não me sinto nem um pouco mal por isso!
É o seguinte: desde que eu cheguei na Austrália eu redescobri minha paixão por livros, mais precisamente por bibliotecas.
Elas são um mundo fascinante e durante o mestrado eram mais ou menos tão legais quanto os botecos durante a faculdade.
O problema era sempre o mesmo: eu chegava lá pra pesquisar um tópico, achava uns 40 livros interessantes nas prateleiras – uns 5% relacionados aos temas e os outros 95% não necessariamente – e não conseguia escolher o que levar.
Alunos de mestrado tinham direito a emprestar 20 livros por vez. E aí começava o problema…
Eu pegava tantos que não conseguia carregar. Tinha que voltar a pé pra casa parando de banco em banco pra dar uma sentadinha e descansar os braços ou, plano B (sempre a melhor opção!), ligar pro Leandro e pedir socorro. Sobrava então pra ele vir andando ao meu encontro e me ajudar a levar a carga!
O preço que eu pagava era ter que ir ouvindo sermão porque "eu deveria pegar só aquilo que eu conseguisse carregar e não todo aquele peso e eu não aprendia e era toda vez a mesma coisa e blábláblá…"
Vingança seja feita, hoje ele foi comigo à biblioteca!!!
Nunca critique uma pessoa até que você já tenha passado pelo que ela passa. Nunca condene alguém sem ter estado na pele do outro.
E ele aprendeu a lição direitinho!
Dessa vez estávamos na bilioteca municipal e, enquanto ele me esperava pesquisar umas coisas de design, resolveu dar uma voltinha pelas prateleiras de business.
Surtou. Sumiu. Ficou quietinho.
Dalí 10 minutos reaparece na minha frente dizendo: “Podemos ir?”. Só soube que era ele pela voz, porque a cara não dava pra ver atrás da pilha de livros!!!
Os títulos eram: “Liderança e você”, “Liderança e o vizinho”, “Liderança e o primo”, “Liderança no ambiente de trabalho”, “Liderança na academia”, “Liderança na p.q.p.”, etc…
(Preciso ficar esperta senão ele vai começar a mandar em mim e, como um bom líder, eu não vou nem perceber.)
Bom, justiça seja feita, depois do nosso insight nerd subimos até o cafezinho da biblioteca pra beber alguma coisa enquanto fazíamos uma seleção dos livros que iríamos levar pra casa, afinal de contas, agora a carga tinha dobrado e cada um teria que carregar o seu.
E como estamos em Sydney, o cafezinho da biblioteca pública tem uma mega vista pra Bahia e pra Harbor Bridge!
Chequem aqui o tour virtual do terraço.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Direitos (de quais) humanos

Lá vem a gente de novo…
Tô aqui com a TV ligada e começa a reprise (o que é pior ainda, porque quer dizer que o dobro de gente vai ver) de um documentário sobre um presídio brasileiro.
Dessa vez o alvo foi o Presídio Central de Porto Alegre e devo dizer que até mesmo as imagens do Carandiru antes de ser demolido não demonstravam tamanho descaso pelo ser humano como a situação mostrada por essa repórter.
Não quero aqui entrar numa discussão sobre quem tem “direito a direitos humanos” ou sobre o passado destes presidiários, mas alguns números falam por si só:
- o presídio foi construído para 1.000 a 1.500 pessoas, enquanto hoje têm 5.000;
- numa das alas haviam 2 vasos sanitários para 60 pessoas e 1 chuveiro;
- uns 8 presos dormiam nos corredores, 1 dentro do banheiro e 1 outro em cima da laje do banheiro. Ah! Sem falar nos que não podiam pagar para dormir (isso mesmo) e dormiam sentados…
Acho que também cabe ressaltar para aqueles que estiverem pensando coisas do tipo “ele tá dormindo sentado mas a pessoa que ele matou tá deitada até hoje”: entre os presos haviam também doentes mentais ou paraplégicos que, por não terem ninguém para movê-los do lugar, acabavam com escarras que infeccionavam e os levavam à morte (que ironia! Alguém para levá-los a algum lugar...).
Mas como eu disse, não quero levantar a discussão, só dividir o que eu estava assistindo na TV e aproveitar pra repetir a frase de Nelson Mandela que o apresentador do programa citou: “O grau de desenvolvimento de uma nação é auferido não pelo modo como ela trata seus ilustres, mas seus marginalizados”.
(E pra quem quiser assistir o vídeo ou ler os comentários, clique aqui.)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Papai Noel existe

Deixe o seu marido sozinho por duas semanas, viaje para o outro lado do mundo e na volta você certamente vai achar coisas que não estavam em casa antes...
Entre elas um boné que eu nunca tinha visto (menos mal! Pior se fosse uma calcinha!).
Perguntei, claro, de quem era o boné e ele me deu a seguinte explicação: "É meu. Ganhei porque meu caranguejo chegou em primeiro".
Ãh? Ãh? Ãh????
Naquele momento eu poderia ter tido, com toda a razão do mundo, um típico chilique feminino daqueles em que a gente grita: "Tá achando que eu sou idiota???" ou "Tá esperando que eu acredite numa história absurda dessas???" ou ainda "Tá tirando uma com a minha cara???".
Mas, 30 segundos de reflexão em silêncio depois, eu cheguei a conclusão de que ele poderia estar falando a verdade ou, pior ainda, falando sério...
E tava!
Ele me explicou (e provou – repare na foto) que foi a um bar com os amigos e, lá pelas tantas, o bar promoveu uma corrida de caranguejos. Ele apostou num deles e lá foi o super caranguejo, rumo a vitória!
Alguém pode até ler isso e se questionar: “E você realmente acreditou...”.
Mas eu moro na Austrália, não duvido de nada!