quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Emergência!

Mais uma pra série de aventuras médicas:

Leandrinho Gaúcho, a nova sensação do futebol australiano, resolveu voltar a jogar bola depois de meses sem nem ver a cor delas (já tava até achando que bola de futebol australiano e brasileiro eram a mesma coisa…).
No primeiro jogo o time dele perdeu de 12x0 (isso mesmo!).
Essa semana era a desforra e eles iriam enfrentar um outro time que também tinha perdido de 9x0. Duelo de titãs!
Mas o saldo dessa vez foi melhor: Lele fez 3 gols, o time ganhou de 6x1 e o prejuízo dessa vez ficou por conta do tornozelo, que ele torceu no meio do jogo…
Até o final do dia tava tudo bem, mas hoje de manhã ele acorda já cedo me cutucando: “não tô pondo o pé no chão… tá doendo… não consigo andar…”
E lá vou eu, semi-acordada, ligar no hospital pra saber onde eu deveria levá-lo.
Escutei as opções da gravação: “marcar uma consulta, resultado de exames ou emergência”. Emergência.
Minha ligação foi direcionada pra um outro número e o atendente começou a fazer perguntas.
- Quando? Ontem.
- Como? Jogando bola.
- Mas foi um colapso? (logo se vê que o cara nunca jogou bola…) Não, foi trombada mesmo.
- Como ele passou as últimas horas? Morto – pensei – mas só tô ligando agora porque eu tava dormindo, tava frio e fiquei com preguiça de levantar da cama.
- Ele está consciente? Sim – mas depende sobre o quê. Essa pergunta é muito abrangente…
Enquanto isso a vítima do meu lado gargalhando e me dando sinal dizendo que ele não ia pegar uma ambulância por causa de um pé torcido. Eu, me controlando pra não rir e tratando o cara com seriedade – porém com sono - respondi a próxima pergunta:
- Is he bleeding? (tá sangrando?) Nããão! Não, não…
Só que a pergunta não era essa…. Eu entendi errado! E o cara levantou a voz tenso: He is NOT breathing (não está respirando)?
E eu continuei: Não! Não, não!
E o cara: NÃO??? HE IS NOT BREATHING???
- Não! Sim! Não! Sim! Peraí! Ele NÃO está sangrando, mas, SIM, ele está respirando!!!
Nisso eu já estava imaginando os paramédicos arrombando a porta do apartamento pra regatar a vítima e todos os cameramans dos reality shows sensacionalistas entrando atrás.
E eu de pijama e meia!
Bom, eu sei que muitas perguntas depois e uma consulta com os paramédicos por telefone eu consegui explicar que eu não precisava de uma ambulância, o morto na verdade tava vivo, respirando e gargalhando. Só não tava andando.
Despachei ele pro hospital com um amigo nosso (obrigada, Adilson!!!) e fui trabalhar.

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