sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A primeira vez a gente não esquece

E a primeira vez a qual me refiro é meu primeiro corte de cabelo na terra dos cangurus (ou seria perto da terra do sol nascente? Explico mais tarde).


Pra quem não sabe, eu tenho um certo medo de cabeleireiros novos, por isso posso dizer que tive dois até hoje na minha vida (sem contar a minha mãe, que cortou mais que meus cabelos – minha orelha também – por muitos anos).


No meu primeiro ano de Austrália tive a brilhante idéia de esperar minha ida ao Brasil para cortar lá (sim, o medo era grande).


Resultado: perto da viagem meu cabelo estava tão horrível que eu cheguei a conclusão que qualquer corte ruim seria melhor do que a falta de corte (conclusão talvez precipitada…).


Dessa vez criei coragem, pedi referências para todas as pessoas que conheço na Austrália, escolhi o mais perto da minha casa e lá fui eu!

O salão é coreano, os cabeleireiros são coreanos, o nome é coreano e imaginem como eu saí de lá…


Até meio olho tava puxado (foto ilustrativa)!


Ela fez tanta escova, chapa, estica, estica, estica e meu cabelo tá no ombro. Imagine a hora que ele voltar às ondas e textura normal…


O corte em si está lindo. O problema é que o meu cabelo não tem NADA a ver com um cabelo oriental.


Eu estou mais pra urso-do-cabelo-duro, como minha irmã gosta de me chamar, ou Elba Ramalho, apelido carinhoso do meu marido, do que pra uma gueixa…

Ou seja, tinha duas opções: ficar os próximos 3 meses sem lavar o cabelo ou viver a base de chapa.


24 horas depois eu já não estava aguentando de curiosidade pra saber o resultado. Achei minha chapa, segurei ela na mão, fiz o nome-do-pai e lavei… Ai, ai…


Agora ele tá secando. Secando e subindo, subindo, subindo mais do que os números da crise financeira mundial.


Se nas próximas postagens eu aparecer só de chapéu, lenço ou simplesmente não aparecer, por favor, não perguntem nada porque o assunto é delicado pra mim…




ADENDO: o cabelo secou e eu tô parecendo um cruzamento de pajé de tribo da Amazônia (daqueles que tem um franja enorme) com o urso-do-cabelo-duro. Ou a Moranguinho, que tem um cabeção bem maior que o corpo. Ou melhor dizendo, a Laranjinha (foto ilustrativa 2)... Pelo menos as piranhas estão parando de novo no cabelo... Tem suas vantagens ser o bear-with-a-bad-hair!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Australia Day



Ontem foi aniversário de ninguém mais ninguém menos que a Austrália!
No dia 26 de janeiro comemora-se 221 anos da chegada dos primeiros navios britânicos por aqui e a apropriação formal da colônia de New South Wales (ou Nova Gales do Sul, como é chamada em Português).
O feriado, que é relativamente novo, tem se tornado cada vez mais popular a medida que as comemorações programadas para esse dia estão aumentando, assim como a tentativa de se desenvolver um espírito nacionalista e uma identidade mais forte ao país.
E nossa colaboração não poderia faltar!
Primeiro com um nome e um produto bem brasileiros, num evento absolutamente inusitado: o “Havaianas Thong Challenge”. Centenas de Havaianas infláveis gigantes foram colocadas no mar em determinas praias e as pessoas que flutuavam em cima delas tinham que se ligar umas às outras, formando um cordão gigantes de chinelos flutuantes! Detalhe: o produto é 100% tupiniquim, as cores são 100% tupiniquins, mas o biquininho das participantes demonstra que a adesão foi realmente aussie (apelido dos australianos)!
As cores, embora pareçam as da nossa bandeira, são as cores do brasão da Austrália: dourado e verde.
O outro super evento brasilo-australiano (acabei de inventar o nome!) foi carinhosamente entitulado de Adilson’s Day. Nosso amigo Adilson estava fazendo aniversário (um pouco menos anos que a Austrália) e, no melhor estilo local, celebrou a data com uma festa no parque que começou as 10 da manhã e acabou às 7 da noite.
A programação do Adilson’s Day começou com hasteamento dos balões e da bandeira da Austrália (que eu e meu marido fomos proibidos de amarrar na árvore porque o guarda do parque disse que era atentado ao patrimônio público!!!), café-da-manhã, churrasco, bolo, brigadeiro e tudo o mais que o aniversariante tinha direito.
Até mesmo uma super-tenda que a equipe de apoio (Cipó!) tirou do nada para proteger o churrasco da chuva que caiu no meio da tarde. E que não foi nem de perto suficiente pra mandar os convidados embora!!!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Cruzando a fronteira


Acabo de voltar do Japão, da China, da Tailândia e de uma escala no Vietnam, tudo em mais ou menos duas horas!

Estou em êxtase!!!

Aqui perto de casa fica o bairro do Chinatown. Já estive algumas vezes por lá, mas sempre nos mesmo lugares. Até que hoje, em busca de uma arma para combater as baratas do meu vizinho chinês (nada como ir ao território do inimigo para conhecê-lo melhor), entrei num supermercado que tem por lá.

O supermercado pertence a uma das poucas grandes redes que existem por aqui e eu já tinha ido em outras lojas deles, mas nunca naquela. Entrei esperando um supermercado qualquer, como os outros da mesma marca.

Sai deslumbrada!

Imagine uma coisa: lá tinha. Imagine uma coisa que não dá pra imaginar: lá tinha.
Comecei a andar pelas gôndolas que nem criança quando passa em frente a loja de brinquedo, vira o pescoço e continua caminhando sem olhar pra frente (ou eu mesma em frente a loja de sapatos).

Quando alguém entrava na frente da prateleira que eu tava olhando tinha vontade de empurrar, puxar pelo cabelo ou chutar porque eu podia estar perdendo alguma coisa bem ali. Se as pessoas pegavam algum produto eu ia lá olhar o que era.

Li umas mil embalagens, tirei uns dois mil produtos das prateleiras aí lembrei que estava sem carro, marido ou sacolas, o que limitava minhas compras a uns 3 quilos (o que quer dizer que eu ia sair de lá com seis – é sempre assim!).

Casa passo que eu dava eu ia mais a loucura. Vinham os noodles: quarenta mil tipos, cores larguras, espessuras, de ovos, de trigo, espinafre, fresco, seco, ah…
Consegui escolher 4 e passar pra próxima seção.

Chás!!! Ah, meu Deus… quase nem gosto…

Mais uns passos e lá vem os noodles de novo e tive que rever todas as minhas escolhas...

Frutas secas. TOOOOODAAASSS! Inclusive aquelas que a gente nem imagina que existem, claro!

E as bolachinhas… Formatos, cores, desenhinhos… Mais uns 40 minutos só ali.
Quando eu achava que já tinha visto muito ressurgem os chás em muito maior quantidade e variedade do que nas prateleiras anteriores. Achei que chá de banana (isso mesmo!) já era ousado o suficiente, até que olho do lado e lá está ele: o famoso, citado, desaprovado chá de cogumelo!!!

Ele existe, foi industrializado e está a venda no mercado (não me refiro ao mercado negro... ao mercado legalizado mesmo, que dá nota fiscal e tudo! Será que pode deduzir despesa com chá de cogumelo do imposto de renda aqui na Austrália?).

Achei que comprar o chá de cogumelo seria muita ousadia, então fiquei com o de banana, cujo efeito não estava explicado na embalagem. Por isso, se eu começar a escrever coisas sem sentido nas próximas linhas vocês já sabem que foi conseqüência do chá que estou tomando...

Alguns passos depois comecei a perceber a música de fundo tocando. Acreditem: música de natal chinesa também tem cara (ou som) de música de natal! Dava pra entender o Merry Christmas no meio e àquela altura já comecei a me perguntar se eu realmente estava escutando certo ou se eu já tava entendendo chinês depois de ler tantos rótulos (isso não é efeito do chá, isso realmente aconteceu).

O ano-novo deles começa hoje, por isso imagino que as músicas estivessem tocando.

Bom, mais alguns passos pisando nas nuvens e entro num novo corredor que de repente começou a parecer familiar. Achei que já estava me sentindo tão em casa que meus olhos estavam começando a ficar puxados e as marcas dos produtos conhecidas.

Até que me lembrei que continuava num supermercado da rede e percebi que dali pra frente os produtos eram os mesmo, como de qualquer outra loja...

Peguei meus vários noodles, minhas bolachinhas e vim embora pra casa comendo um bolinho de feijão e tomando um chá verde gelado.

E acreditem: a foto acima é dos rolinhos de frango com papel arroz que eu comprei no supermercado e EU acabei de fazer!!!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Sydney festival

Atendendo a pedidos da minha leitora mais assídua Silvia (obrigada pela fidelidade!), segue mais uma postagem.

Durante o mês de janeiro está acontecendo por aqui o Sydney Festival, um festival de arte, música, dança, cinema, etc... que dura 3 semanas. E lá fomos nós para a noite de abertura, no sábado passado!

Ao mesmo tempo, em diferentes pontos da cidade, estavam acontecendo vários eventos: uma mega balada Techno no meio de um dos principais parques da cidade, um show com várias bandas e cantores australianos e estrangeiros no parque ao lado, uma apresentação de dança chinesa numa praça entre os prédios do centro financeiro, e por aí vai.

Para marcar o festival desse ano desenvolveram uma coreografia e em determinada hora todos os pontos do evento convidaram os participantes para fazerem a dança. O vídeo já estava disponível na internet alguns dias antes para quem quisesse aprender, mas a gente só foi apresentado aos movimentos na hora mesmo, por isso dá pra perceber nas fotos a sincronia entre os meus passos, os da Karina e os da Simone!!!

Mas valeu! Estávamos lá na tentativa de entrar no livro dos recordes com a maior multidão dançando ao mesmo tempo a mesma dança (talvez a parte da "mesma" dança não tenha valido...).Adicionar imagem
Durante a semana também fomos a um outro evento: assistir ao filme "Corra Lola corra" projetado a céu aberto, no meio do Darling Harbor com uma banda ao vivo fazendo a trilha sonora. Bem legal!

Todo mundo sentadinho no chão, na beira do píer, aproveitando a vista, o pôr-do-sol, o clima (que tá ótimo), e o filme, claro!

E o evento mais especial, que só eu vi, foi o concerto do Leandro!

Como parte do festival 30 pianos foram espalhados por diferentes áreas da cidade e um deles tá bem aqui na esquina de casa, numa pracinha, embaixo de uma árvore. E foi lá que eu descobri que meu marido é pianista!!!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Back on the track

O ano recomeca e lá vamos nós, com o relato dos últimos eventos.
Natal e reveillon foram festas grandes por aqui.
O primeiro na casa da Karina e do André, com direito a uma ceia para alimentar 200 pessoas (éramos 12!) que incluía o tender mais bem cortado da Austrália, um amigo secreto com presentes disputados a tapa e conspirações se formando para pegar os melhores deles. Tudo seguindo o espírito do Natal!!!
Mas a verdade é que demos muitas risadas. Tantas que o vizinho apareceu lá no meio da noite pedindo pra gente falar mais baixo porque ele tinha uma criança pequena em casa. Baixamos o volume, fechamos a sacada, começamos a sussurar e a festa ainda durou mais algumas horas!
No Reveillon a turma se dividiu e nós, Karina e André e os pais dele fomos para a beira da bahia num jantar cercado pelos fogos. Lindo, lindo, lindo!!! (Veja a postagem anterior para mais detalhes).
No melhor estilo australiano, na entrada do evento cada um ganhava uma lancheirinha! Uma ciaxinha onde vinha a salada e dois pãezinhos, parte das entradas. Depois foram servidos os outros pratos e quando acabaram os fogos, todo mundo pra fora.
Ao invés dos fogos significarem o começo do novo dia, do novo ano e da longa noite que normalmente se segue após a ceia, aqui ele é tipo um despertador: tocou, tá na hora de ir dormir!
Que venha 2009!!!