sábado, 4 de abril de 2009

A postagem que não virou postagem

Faz um mês que estou esperando o dia em que iria sentar pra escrever essa postagem, guardando a sete chaves o segredo na minha mente, rindo sozinha do que estaria por vir.

No primeiro dia do semestre uma das professoras anunciou que faríamos 3 aulas de desenho para aprendermos a representar a figura humana em movimento, o que é muito importante para quem faz animação.

Ótimo! Há tantos anos não faço uma aula de desenho que imaginei que seria divertido.

Divertido? Segundo esclarecimento sobre as aulas: a melhor maneira de aprender a desenhar é observando o corpo humano, por isso contaríamos com um modelo. NU!

Escutei aquilo, fiz cara de paisagem e fingi naturalidade.

Num filminho mental que durou frações de segundo me vi nas entediantes aulas de direito. Pensando bem, eu mereço uma aula de desenho com um modelo pelado por todos os meus cinco anos escutando coisa chatas!

A professora recomendou que os alunos que tivessem alguma objeção por questões culturais ou religiosas conversassem com ela no final da aula.

Minha religião permiiite! Minha cultura então… (Quem cresce assistindo à mulher pelada em carro alegórico na TV não pode dizer que se opõe a uma aula dessas).

Não contava que eu fosse ter um problema matrimonial quando chegasse em casa, mas ela não comentou essa possibilidade, então eu não tinha dispensa dessa aula… Parte do meu currículo escolar!

Bom. Lá vou eu na semena seguinte como criança no primeiro dia de escola, louca pra ver o que estava por vir.

Ninguém de diferente por perto além dos alunos e lá pelas tantas eu concluí que aquela era a aula introdutória e os modelos só viriam nas próximas. Mas também descobri que seriam dois: um homem e uma mulher.

Nessa aula a gente desenhou os próprios alunos mesmo (todos devidamente vestidos), alguns jogando bola ou fazendo outros movimentos.

E eu só imaginando como seriam dois modelos pelados correndo pela sala…

Esse filminho mental parecia um remake de Eva e Adão no paraíso, com expectadores (nós - os alunos) em volta!

Próxima sessão e lá vamos eu e minha mente poluída e fantasiosa.

Descobri o segundo detalhe: aquele seria o dia da modelo e o modelo-homem só iria na outra aula.

Acabou o filminho da Eva e do Adão...

E lá vem a professora com mais uma notícia: a turma anterior tinha observado a modelo realmente nua, mas como a temperatura tinha esfriado ela sugeriu que ela usasse roupas de ginástica…

Que sem graça!!!

Cadê as pessoas peladas fazendo poses???

E por falar em poses, eu, com toda a minha falta de experiência sobre uma aula desse tipo, imaginei que posar fosse ficar lá parada enquanto a gente desenhava.

Ignorância a minha... A mulher ficava fazendo umas poses que mais pareciam de uma instrutora de ioga. Um pé no chão, o outro pra cima e os braços pra trás. Deitada no chão com as pernas pro alto. Costas curvada pra trás e braços largados do lado do corpo, etc...

E eu só imaginado enquanto desenhava: como ela estaria fazendo aquilo tudo pelada???
Sabia decisão a de por as roupas! Não sou obrigada a ver isso.

Ainda restava a próxima aula com o modelo homem (bem mais interessante) e pensei: minha chance de viver uma experiência dessas ainda está de pé!

Mais uma semana de expectativa e lá vou eu pra última da série.

É hoje que eu vou ver o pelado ao vivo (e fazer cara de nada, como se eu estivesse achando tudo super natural)!

Subi no elevador da faculdade com um fortão, olhei bem o tipo e na hora concluí: é esse o modelo!

Não deu outra: fomos pra mesma sala.

A professora começou dar as instruções sobre que tipo de desenho faríamos naquele dia e o fortão num cantinho.

Eu só reparando (claro) e o fortão tirando a roupa.

Comecei a ficar nervosa e me focar na professora!

Quando as coisas começam a se materializar é que a gente se dá conta delas!

Acho que isso não vai ser tão confortável e divertido assim....

Só estou acostumada a ver um pelado, no recôndito do meu lar, e não preciso ficar desenhando-o nem observando os detalhes!!!

Dali a pouco vem o fortão pro meio do círculo de carteiras.

Foi a piscada de ilhos mais longa da minha vida e uns 30 segundo depois eu concluí que precissava abrir os olhos (senão não seria mais uma piscada).

Lá estava o pelado. De sungão!!!
Ãããh???

Não é possível...

Passada a tensão veio a revolta.

Como assim sungão??? A professora anuncia por três semanas o pelado e na hora do vamos-ver o pelado é um vestido???

Nu é nu. Semi-nu é semi-nu. E sungão é sungão.

E ela falou NU. Eu tenho por escrito.

Não me conformei e no auge da revolta mandei uma mensagem pro meu marido: “Você é minha última esperança. É bom estar pelado quando eu chegar em casa."

3 comentários:

Celso disse...

Morri de rir ... hahaha

Michelle disse...

Muito bom, o comentário pro seu marido foi o melhor.

Juju disse...

Ficou tao tensa pra contar do peladao q escreveu tudo errado!!!!!
BJsss